TECTONA GRANDIS L. F.
Nome popular: teca.
A área de abrangência original desta espécie da família Verbenaceae se estende da Índia à Indonésia. No Brasil, a teca foi introduzida há oitenta anos. No Mato Grosso, o plantio extensivo de teca iniciou-se em 1971, na região de Cáceres. Atualmente, o Mato Grosso possui mais 50 mil hectares de teca plantados pela alta qualidade de sua madeira e seu valor financeiro comporáveis ao do mogno e cedro. Sua copa globosa aberta pode alçar-se até 30 m de altura, sustentada por um tronco marrom espesso cilíndrico com fissuras rasas longitudinais, de casca parda distintamente fibrosa. Embora seu sistema radicular seja superficial (muitas vezes não ultrapassando 50 cm), pode estender-se por até 15 m lateralmente. Quando bem desenvolvida, os relativamente pequenos galhos da teca podem projetar-se a 15 m de altura do tronco.
As folhas são muito grandes (30 cm de altura por 20 de comprimento, em média), lustrosas, discolores, verde-escuro adaxialmente e densamente tomentosas abaxialmente, com o ápice atenuado e base decorrente. A venação é cladódroma e as margens são denticuladas.
Na parte não sombreada da copa brotam as panículas terminais laras e eretas, ramificadas dicotomicamente e medindo em média 45 cm. As flores actinomórficas são diminutas (8 mm de diâmetro, em média) e sua corola gamopétala possui 6 pétalas brancas a amarelo-pálidas de até 3 mm de comprimento, hermafroditas, com filetes claros de anteras amarelas. O cálice possui seis sépalas diminutas verde-pálidas.
Envolto em remanescentes celulósicos, enrugados e inflados do cálice (marrons na maturidade), encontra-se o fruto, drupóide e lenhoso, marrom-claro, com quatro câmaras, subgloboso, medindo (em média) 1,2 cm de diâmetro e portanto até quatro sementes.
Como dito antes, a madeira da teca é valiosa. No século XVIII, quando inicia-se o cultivo de teca em larga escala, era muito utilizada na construção naval por sua resistência a fungos e teredos. Hoje, sua madeira é empregada para múltiplos fins: fabricação de móveis, adornos, laminados, instrumentos musicais, dormentes de estradas de ferro, etc.
Fenologia: na UFMT, o florescimento exuberante foi observado no mês de dezembro (normalmente as flores aparecem dois meses depois do fim da seca). A maturação dos frutos ocurre nos 3 meses subsequentes.
Produção de mudas: Coletam-se as sementes chacoalhando as árvores para que caiam ou diretamente dos galhos. A quebra da dormência pode ser feita com armazenamento prolongado ou pelo seguinte método: colocar as sementes, de noite, de molho na água e de dia, ao sol. Repetir o processo por três ou mais vezes e depois de outro molho noturno, plantá-las no local de semeadura temporária. Deste modo, a emergência pode ocorrer em até 20 dias. Semeá-las em solo bem drenado (com areia ou serragem) e adubado, posicionando a semente com a cicatriz de inserção com o cacho para baixo. Para plantar as mudas em local definitivo, até um ano deve-se esperar que cresçam até por um ano. A técnica da muda-toco (cf, bibliografia) é amplamente utilizada na produção de mudas também.
ANÔNIMO. Teca: Tectona grandis. (folder) Colombo - PR: EMBRAPA, julho de 2004.
FIGUEIREDO, E. O. Teca (Tectona grandis L. f.): Produção de mudas tipo toco. Rio Branco - AC: EMBRAPA, 2005. ISSN 0104-9046.
FLORÉZ, J. B. Caracterização tecnológica da madeira jovem de teca (Tectona grandis L.f.) (Dissertação de mestrado). Lavras: UFLA, 2012.
FRANCES, J. K. Tectona grandis L. f in Tropical Tree Seed Manual. Agriculture Handbook. J. A. Vozzo, editor. 899 pp.Washington: USDA Forest Service, 721, 2002.
LORENZI, H. et al. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2003.
ORWA, C. et al. Agroforestry Database:a tree reference and selection guide version 4.0. Kenya, 2009. (http://www.worldagroforestry.org/af/treedb/)