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SWIETENIA MACROPHYLLA KING

Nome popular: mogno.


Delimitando os círculos de socialização da praça do Restaurante Universitário estão árvores de porte médio que ainda não atingiram seu crescimento potencial (30 a 40 metros em média, podendo atingir até 70 m) de árvores de dossel. O tronco, que pode atingir de 50 a 80 cm de diâmetro, é revestido por casca externa escamosa, pardo-avermelhada-escura a castanho-clara, de até 25 mm de espessura. A casca interna é rosada a avermelhada e usada em curtumes e tintura de roupas.

As folhas, como está explícito no epíteto específico, são grandes (25 a 45 cm de comprimento), compostas paripinadas dispostas elipticamente nos ramos. Cada folha apresenta de 8 a 12 folíolos predominantemente elíptico-ovados fortemente assimétricos na base e acuminados no ápice, de margens inteiras, peninérvios, na maioria das vezes alternos, ocasionalmente opostos.

As flores monóicas, actinomórficas, amarelas, de 6 a 8 mm diâmetro, dispostas em tirsos piramidais de 15 a 25 cm de comprimento, estendem-se eretas no pedúnculo. Possuem, em geral, cinco pétalas orbiculares amarelo-esverdeadas com as margens inflexas e diminuto cálice gamossépalo que pode estar dividido em até cinco lobos.

Os frutos capsulares ovóides medem de 10 a 22 cm comprimento e 6 a 10 cm de largura. Estas cápsulas pardas de deiscência septífraga, ao abrirem-se, expõem às contingências da anemocoria suas sementes aladas de quase o mesmo comprimento que o fruto.

O mogno tem sido muito utilizado por sua madeira castanho-intensa (quando seca) em mobiliários de luxo, construção civil e naval desde tempos coloniais em que espanhóis começaram a construir naus de mogno - estopim da febre predatória que viria a diminuir drasticamente seus estoques no século XX.1 Partindo do Acre ao longos de rios como Juruá, Envira e Purus; paralelamente à rodovia PA-150 no Pará; seguindo o curso dos rios Araguaia, Tocantins e Xingu no MT ou mesmo da BR-163 - várias foram as rotas de exploração desta árvore de copa brilhante que pode chegar até 50 metros de largura, visível de aviões de madeireiros. A vulnerabilidade ecológica da S. macrophylla é explicada pelo fato de não ser uma grande produtora de sementes, e por suas plântulas não serem tão competitivas quanto as de outras espécies. Isto a torna muito produtiva em áreas que sofreram uma sorte de perturbações catastróficas ou em clareiras recém-desmatadas. A superexploração, as dificuldades de sua regeneração natural e esparsa dispersão fizeram com que o governo brasileiro tomasse drásticas medidas em prol de sua conservação: estabeleceu cotas decrescentes para sua exportação, proibiu a entrada de novos planos de manejo suspendendo-os completamente em 2001 por considerá-los todos fraudulentos. Mesmo árvores ocas - que serviriam para produção de sementes - e as novas eram retiradas.2 A beleza do mogno-brasileiro também é muito utilizada no paisagismo, como fez Burle Marx na Asa Norte do plano-piloto de Brasília. Sobre a frondosa folhagem desta valiosíssima árvore, criminosamente extirpada dos rincões mais longes dos centros comerciais, como terras indígenas e reservas extrativistas, acadêmicos tiram a sesta, refrescam sua digestão ou praticam slackline.

Fenologia: floresce de agosto a outubro. Os frutos podem desenvolver-se por até um ano, e geralmente amadurecem de agosto a outubro.


Produção de mudas: Coletar sementes dos frutos caídos e/ou recém-abertos. As cápsulas de frutos imaturos devem ser postas para secar ao sol. Colocar as sementes sem asa para germinar, logo que colhidas, em canteiros ou diretamente em recipientes individuais contendo substrato organo-argiloso. Depois de cobertas com uma fina camada do substrato,mantê-las em ambientes semi-sombreados e aguá-las duas vezes a dia, A taxa de emergência é alta e ocorre em 15 a 20 dias. O mogno deve ser plantado em clareiras, longe da competição de outras plântulas e seu crescimento pode chegar a 4 metros aos 2 anos, quando vindas de árvores-mães saudáveis.

1 SHANLEY, P.; MEDINA, G. Frutíferas e plantas úteis na Vida Amazônica. Belém - PA: Cifor/Imazon, 2005.

2 GROGAN, J.; BARRETO, P.; VERÍSSIMO. O Mogno na Amazônia Brasileira: Ecologia e Perspectiva de Manejo. Belém - PA: Imazon, 2002.

CARVALHO, P.E.R. Circular Técnica 140 - Mogno (Swietenia macrophylla). Colombo - PR: Embrapa Florestas, 2007.

KRISNAWATI, H.; KALLIO, M.; KANNINEN, M.; Swietenia macrophylla King - Ecology, Silvicultura and Productivity. Indonesia: CIFOR, 2011.

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 1, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

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