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SENNA SIAMEA (LAM.) H.S. IRWIN & R.C. BARNENY

Nome popular: cássia-do-sião.


Nativa das florestas tropicais do sudeste da Ásia, a cássia-do-sião é árvore perenifólia de crescimento rápido e vida relativamente curta que pode atingir de 10 a 30 m de altura. Seu tronco ereto (até 30 cm de diâmetro), dotado de casca cinza a parda e longitudinalmente estriada, sustenta uma copa inicialmente densa e arredondada que se torna irregular com ramagem longa, arqueada e numerosa.

As folhas (23 a 33 cm de comprimento), com pecíolo de 2,5 a 4 cm de comprimento, compostas paripinadas e alternas, contém 6 a 14 pares de folíolos opostos curto-peciolulados. Os folíolos verde-escuros, oblongos a ovado-elípticos ou elíptico-obovados, medem de 3 a 7 cm de comprimento por 1,2 a 2,5 cm de largura e são arredondados no ápice e arredondados a cuneados na base.

Em panículas piramidais eretas de 20 a 60 cm de comprimento, encontram-se as flores (em média 3 cm de diâmetro) actinomórficas de corola amarela e pentâmera, cujas pétalas são subiguais a heteromórficas, amarelas, orbiculares, unguiculadas. Possuem até 10 estames com anteras grandes e escuras. O cálice possui as sépalas amarelo-esverdeadas e imbricadas.

Os frutos são legumes subcoriáceos a semilenhosos, pendentes, levemente recurvados, compressos, deiscentes, medindo de 5 a 30 cm de comprimento por 1,2 a 2 cm de largura e contendo aproximadamente 25 sementes cada. Adquirem tonalidade marrom-escura quando maduros e apresentam septos entre as sementes.

Marrons e medindo de 0,6 a 1,5 cm de comprimento por 0,5 a 0,6 cm de largura, as sementes  lenticiformes lustrosas e achatadas variam de circulares a obovadas e contém um pleurograma oblongo-elíptico em cada face.

Além do uso na arborização urbana por sua floração persistente, S. siamea é explorada de diversas formas na medicina popular, notadamente nos países que subscrevem-se à sua área de origem. Uma decocção das folhas (tanto frescas quando secas) é usada em banhos no tratamento da malária e é ingerida oralmente em casos de tosse, dores estomacais e malária. De fato, os alcalóides das folhas mostraram, em laboratório, ação anti-plasmodial. As folhas também podem ser utilizadas como adubo verde ou forragem (exceto para não-ruminantes). O extrato acético das folhas exibiu ação antidiabética, baixando o nível de glicose no plasma sanguíneo. Ações antioxidante, antitumoral, antihipertensiva, anti-inflamatória, antipirética e antimicrobiana (em fungos e bactérias) de diversos extratos das folhas já foram observadas, em laboratório. A decocção das flores é popularmente bebida ou ingerida em casos de malária, desordens do fígado, insônia e asma. Com efeito, propriedades antioxidantes e ansiolíticas das flores foram observadas em laboratório. Na África, popularmente, utiliza-se uma decocção da raíz para tratar a diabete mellitus (efeito observado em laboratório), febre, hipertensão, constipação e insônia. Em laboratório, o extrato clorofórmico da casca do tronco teve grandes resultados antiplasmodiais e os extratos metanólico e aquoso, antioxidante.1

 

Fenologia: floresce abundantemente de janeiro a junho ou em outros períodos. Nos meses subsequentes, ocorre a frutificação.

 

Produção de mudas: os frutos maduros e frágeis devem ser colhidos e debulhados a mão para a extração das sementes. A escarificação mecânica no lado oposto à micrópila ou a imersão em água por 48 horas são recomendados para a quebra da dormência tegumentar. As sementes devem ser plantadas em solo organo-argiloso. Em 4 a dias a seis semanas ocorre a germinação. Em três meses - ou quando as mudas atingirem 25 cm de altura - o plantio em local definitivo pode ser feito.

 

DUTRA, A. S. et al. Germinação de sementes de Senna siamea (Lam.) H.S. Irwin E Barneby - Caesalpinoideae. In: Revista Brasileira de Sementes, vol. 29, nº 1, p.160-164, 2007.

 

1 KAMAGATÉ, M. et al. Ethnobotany, phytochemistry, pharmacology and toxicology profiles of Cassia siamea Lam. In: The Journal of Phytopharmacology 2014; 3(1): 57-76.

 

LORENZI, H. et al. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2003.

 

ORWA, C. et al. Agroforestry Database: a tree reference and selection guide version 4.0. Kenya, 2009. (http://www.worldagroforestry.org/af/treedb/)

 

VOZZO, J. A. The Woody Plant Seed Manual. United States Department of Agriculture Forest Service Agriculture Handbook 727 July 2008.

 

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