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PSIDIUM GUAJAVA L. 

Nomes populares: goiabeira, guava, araçá-goiaba.


Presente em quase todo o território brasileiro e da Colômbia ao Peru, a goiabeira, de porte arbóreo-arbustivo, pode atingir de 3 a 10 metros de altura. Seu tronco, assim como seus galhos, é tortuoso e mede de 20 a 30 cm de comprimento, com casca lisa marrom-clara a pardo-avermelhada, de ritidoma lenticelado e descamante. O sistema radicular é relativamente superficial e extensivo, espalhando-se além da copa.

As folhas simples opostas, peninérvias com estípulas ausentes, cujo limbo é  obovado-elíptico a oblongo ou ovalado, são espessas e subcoriáceas, de margens inteiras levemente curvadas para baixo e nervuras proeminentes na face abaxial. Medem de 8 a 12 cm de comprimento por 3 a 6 cm de largura. O ápice é obtuso a acuminado e a base é arredondada a subcuneada.

As inflorescências axilares portam de uma a três flores (em média 2 cm de diâmetro) hermafroditas que possuem de 4 a 5 pétalas brancas (0,6 a 1,1 cm de comprimento por 0,3 a 0,6 cm de largura) delicadas, lineares a ovadas. De dentro da corola dialipétala, protraem-se numerosos estames pálidos com (em média) 12 mm de comprimento encimados por anteras amarelas. Um estigma verde, capitado, encima um estilete longo. O cálice é partido irregularmente em 2 a 4 lobos esbranquiçados adaxialmente e verdes abaxialmente. Os lobos (0,6 a 1 cm de comprimento por 0,3 a 0,6 cm de largura) podem ter formato irregular ou ser ovados com o ápice atenuado.

O fruto é uma baga globosa amarelo-esverdeada medindo 4 a 12 cm de diâmetro com polpa branca, amarelada ou vermelha.

As sementes reniformes, de cor creme a marrom, medem até 0,5 cm de comprimento.

Além da recomposição de áreas degradadas e do uso alimentício (o fruto é rico nas vitaminas A e C e pectina), na medicina popular várias partes da P. guajava são aproveitáveis. As folhas são usadas para conter diarréia. A decocção, tanto das folhas quanto do tronco, é utilizada em banhos em casos de irritação na pele e feridas. Compressas com a água cozida com as folhas são usadas para remautismo. O chá das folhas também é utilizado em gargarejos e varizes, e quando ingerido, diz-se que regula períodos menstruais e ajuda a expelir a placenta depois do parto. Também é dito que, quando mascadas, as folhas diminuem a dor de dente. De fato, um estudo científico mostrou que o extrato aquoso do tronco e o extrato aquoso-etanólico das folhas possuem ação antibacteriana - especialmente contra bactérias gram-positivas.1

Fenologia: floresce de setembro a novembro e frutifica de dezembro a março.


Produção de mudas: Assim que colhidas, as sementes devem ser semeadas em substrato organo-argiloso. A germinação ocorre em 20 a 40 dias.

ABUBAKAR, E. M. The use of Psidium guajava Linn. in treating wound, skin and soft tissue infections. Scientific Research and Essay Vol. 4 (6) pp. 605-611, June, 2009.

 

1 GONÇALVES, F. A. et al. Antibacterial activity of guava, Psidium guajava Linnaeus, leaf extracts on diarrhea-causing enteric bacteria isolated from seabob shrimp Xiphopenaeus kroyeri (Heller). Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. vol. 50, nº 1, pp. 11-15. São Paulo: USP, 2008.

 

LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 1, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

 

ORWA, C. et al. Agroforestry Database: a tree reference and selection guide version 4.0. Kenya, 2009. (http://www.worldagroforestry.org/af/treedb/)

 

SANCHEZ, N. R. et al. An Evaluation of Antibacterial Activities of Psidium guajava (L.) Brazilian Archives of Biology and Technology. Vol.48, n. 3 : pp. 429-436. Curitiba - PR: Tecpar, 2005. ISSN 1516-8913

 

SIQUEIRA, K. M. M. Ecologia da polinização de Psidium guajava L. (Myrtaceae): riqueza, frequência e horário de atividades de visitantes florais em um sistema agrícola. SINSECTA. Magistra, Cruz das Almas-BA, v. 24, número especial, p. 150-157, dez. 2012.

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