PLUMERIA RUBRA VAR. ALBA L.
Nomes populares: jasmim-manga, frangipani-branco.
Originária da Mesoamérica (México, Antilhas, Guianas e Equador), o jasmim-manga é uma planta caducifólia de copa aberta, arredondada e irregular a simétrica, podendo ser tão larga quanto a altura da árvore, que pode variar de 4 a 8 m. Seu tronco liso (até 70 cm de diâmetro) exsuda seiva leitosa abundante e ramifica-se, num padrão dicotômico (mais raramente tri), em galhos frágeis, lisos e robustos que intumescem nas pontas, de onde brotam os agrupamentos de folhas (10 a 30 cm de comprimento por 4 a 10 cm de largura) simples, alternas, espiraladas, elípticas a estreito-obovadas, verde escuras e brilhantes, glabras, de margens inteiras, base aguda, ápice atenuado e nervação broquidódroma.
Em panículas dicotômicas axilares ou terminais (15 a 35 cm de comprimento), encontram-se as flores (5 a 7 cm de diâmetro) hermafroditas, actinomorfas e pentâmeras. Possuem corola infundibuliforme, amarela no centro, com tubo longo expandindo-se em lacínias obovadas, contortas, brancas e de ápice obtuso. A variedade presente no campus de Cuiabá possui as pétalas brancas. Embora não somente seja encontrada a variedade com pétalas púrpuras, como o epíteto específico aponta, existem outras com pétalas que vão de amarelo a rosado e também com combinações variadas destas cores. O cálice sinsépalo expande-se em cinco lobos obtusos. O androceu é formado por cinco estames inclusos.
Os frutos (11 a 30 cm de largura por cerca de 2 a 3 cm de diâmetro) são folículos ventricosos marrons e coriáceos, suculentos, linear-oblongos, deiscentes e acuminados, semelhantes a vagens, dispostos em pares contendo de 20 a 60 sementes (até 6,5 cm de comprimento) aladas, pardo-escuras e achatadas. A planta é amplamente utilizada na arborização urbana e jardinagem em várias regiões tropicais do mundo. Atualmente muito dispersa no Havaí, suas flores são usadas para o fabrico de colares havainos (leis). Na medicina popular, a casca do tronco é considerada carminativa, laxante, antipirética e útil em casos de úlcera, lepra, gonorréia, malária e asma. A infusão da casca é usada para curar lesões internas. A casca do tronco, em testes laboratoriais, exibiu ação antimicrobiana1 e citotóxica2, promissora no combate a vários tipos de câncer. A casca da raiz também exibiu, em laboratório, potencial anti-inflamatório.2 As flores são comidas com açucar. O extrato metanólico das folhas demonstrou atividade antioxidante e anti-inflamatória.2 Extratos metanólicos e clorofórmicos das folhas tiveram, laboratorialmente, ação anti-úlcera.3 Em alguns lugares, popularmente, o fruto é comido ou usado como abortivo. O látex, apesar de venenoso e de poder provocar dermatite de contato, pode servir de base para a produção de gomas de mascar. Uma protease isolada do látex exibiu atividade anti-inflamatória e curativa.4 Nanopartículas de prata sintetizadas a partir do látex obtiveram ótimo desempenho na mortalidade de larvas de Aedes aegypti e Anopheles stephens, importantes vetores de dengue e malária, respectivamente.5
Fenologia: pode florescer o ano todo. A frutificação é rara.
Produção de mudas: Por raramente produzir frutos e sementes, normalmente a propagação é feita assexuadamente por estaquia. Pode ser plantada em substrato organo-arenoso e aguada durante os períodos secos.
1SHARMA, S. K. & KUMAR, N. Antimicrobial potential of Plumeria rubra Syn Plumeria acutifolia bark. In: Der Pharma Chemica, 2012, 4 (4):1591-1593
2LIM, T. K. Edible Medicinal And Non-Medicinal Plants - Volume 7: Flowers. Springer, 2014.
3VIMLESH, M. et al. Determination of antiulcer activity of Plumeria rubra leaves extracts. In: International Research Journal of Pharmacy, nº 3, vol. 9. Rampur - Uttar Pradesh, India: Moksha Plublishing House, 2012.
4CHANDA, I. et al. A Protease Isolated from the Latex of Plumeria rubra Linn (Apocynaceae): Anti-inflammatory and Wound Healing Activities. In: Tropical Journal of Pharmaceutical Research December 2011; 10 (6): 755-760
5CHANDRASHEKHAR, D. P. et al. Larvicidal activity of silver nanoparticles synthesized using Plumeria rubra plant latex against Aedes aegypti and Anopheles stephensi. In: Parasitol Res (2012) 110:1815–1822
ARAÚJO, R. R. et al. Plumeria rubra L. var. alba - Apocynaceae. Anatomia foliar. Rodriguésia, Rio de Janeiro, 36(59); 67-72, 1984.
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VÁZQUEZ-YANES, C., A. I. BATIZ MUÑOZ, M. I. ALCOCER SILVA, M. GUAL DÍAZ y C. SÁNCHEZ DIRZO. Árboles y arbustos potencialmente valiosos para la restauración ecológica y la reforestación. Reporte técnico del proyecto J084. CONABIO - Instituto de Ecología, UNAM, 1999.