MURRAYA PANICULATA (L.) JACQ.
Nomes populares: falsa-murta, jasmim-laranja
O território originário desta árvore arbustiva abrange grande parte da Ásia (da China até a Índia) e o nordeste da Austrália. Sua altura varia de 2 a 7,5 m de altura. Seu tronco pode ser ereto e único ou múltiplo, dividindo-se em mais de um tronco (como é comum com arbustos). A superfície do tronco é cinza e apresenta reentrâncias irregulares, tornando-se áspero e rasamente sulcado.
A densa copa é constituída de folhas par ou imparipinadas que dispõem-se alternada e espiraladamente nos ramos esguios. Cada raque porta de 3 a 9 foíolos glabros, verde-escuros, subssésseis, brilhantes e de formato obovado, alternos a subopostos e medindo de 2,5 a 6 cm de comprimento por 0,8 a 3 cm de largura. O ápice foliar é uma agudo ou cuspidado (com a ponta levemente retusa) e a base é aguda a cuneada. As margens são inteiras e a venação é broquidódroma.
Em curtas panículas corimbosas, encontram-se as flores brancas, pentâmeras, dialipétalas e perfumadas, que medem de 2 a 2,5 cm de diâmetro. Cada pétala oblonga mede de 1,7 a 2 cm de comprimento por 0,5 a 0,8 cm de largura e curvam-se um pouco proximalmente. O cálice possui cinco pequenos lobos (lacínias) agudos com até 2 mm de comprimento.
Os pequenos frutos drupáceos medem aproximadamente 1 cm de comprimento e são vermelhos, glabros, em formato de gota (por vezes elípticos), contendo uma ou duas sementes de formato muito similar, medindo de 0,5 a 0,8 cm de comprimento.
Popularmente, as folhas de M. paniculata são usadas no trato de diarréia (infusão), cortes (folhas em pó), dores articulares e corporais, doenças venéreas e até como abortivos. De fato, em testes laboratoriais, o extrato etanólico das folhas exibiu ação anti-inflamatória.1 O óleo essencial das folhas demonstrou ação citotóxica contra células tumorais humanas.2 Na Malásia, as folhas também são empregadas como tempero de sopa, peixe, carnes e frango apimentado. As flores são utilizadas na indústrica cosmética. O extrato das raízes também mostrou potencial abortivo e analgésico.3 Devido a seu porte e hábito radicular, a falsa-murta tem sido muito utilizada na arborização sob redes elétricas. No entanto, devido à sua alta dispersão por sua abundante produção de sementes, trata-se de uma espécie exótica potencialmente invasora.
Fenologia: a árvore é muito produtiva, florescendo e frutificando, normalmente, durante quase todo o ano.
Produção de mudas: as sementes devem ser plantadas em terra preta na semissombra. A germinação ocorre em 25 a 60 dias. O crescimento inicial é rápido e torna-se mais lento com o desenvolvimento. A planta tolera vários tipos de solo e condições hídricos, sendo muito resistente.
1 NARKHEDE, M. B.; AJMIRE, P. B.; WAGH, A. E. Evaluation of antinociceptive and antiinflammatory activity of ethanol extract of Murraya paniculata leaves in experimental rodents. In. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences, vol. 4, issue 01. Madhya Pradesh - India: IJPPS, 2012.
2 NG, M. K. et al. Bioactivity studies and chemical constituents of Murraya paniculata (Linn) Jack. In: International Food Research Journal, vol. 19, nº 4, pp. 1307-1312 . Selangor - Malásia: UPM, 2012.
3 PODDER, M. K. Analgesic activity of bark of Murraya paniculata. In: International Journal of Medicine and Medical Sciences, vol. 3, nº 4, pp. 105-108, abril de 2011.
FRANCIS, J. K. Murraya paniculata RUTACEAE. U.S.Department of Agriculture, Forest Service, International Institute of Tropical Forestry, Jardín Botánico Sur, 1201 Calle Ceiba, San Juan PR.
GAUTAM, M. K. et al. Toxicological evaluation of Murraya paniculata (L.) leaves extract on rodents. American Journal of Pharmacology and Toxicology vol. 7, nº 2, pp. 62-67. New York: Science Publications, 2012.
GILMAN, E. F. Murraya paniculata (Fact Sheet FPS-416). University of Florida, outubro de 1999.
LORENZI, H. et al. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2003.