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LUEHEA PANICULATA MART.

Nomes populares: açoita-cavalo, envireira-do-campo.

 

Integrante da família Malvaceae e encontrada nos cerradões, matas de galeria e na mata latifoliada semidecídua da Bacia do Paraná, sua área de abrangência no Brasil se alastra desde os estados do Pará até Mato Grosso do Sul. Também está presente na Bolívia, Paraguai e Peru. Sua altura varia de 5 a 18 m e de sua copa, alongada e rala, seus ramos novos projetam-se ferrugíneos tomentosos. Seus ramos são cilíndricos, lenticelados e estriados. O tronco, ereto e cilíndrico, medindo de 40 a 60 cm de diâmetro, possui casca fibrosa de superfície áspera que descama em pequenas placas retangulares.

As folhas são simples, alternas, discolores, com formato oval, elíptico ou oblongo-lanceolado, cartáceas a coriáceas, medindo de 6 a 16,2 cm de comprimento por 1,5 a 10,7 cm de largura. São glabras ou com tricomas estrelados esparsos na face adaxial e densamente tomentosas e brancacentas na face abaxial. A base é subcordada a obtusa e o ápice é agudo a acuminado. As margens foliares são irregularmente dentadas. As estípulas caducas e lineares medem de 0,4 a 0,5 cm de comprimento por 0,1 cm de largura. Os pecíolos semicilíndricos medem de 0,6 a 1,5 cm de comprimento. Apresenta três nervuras principais saindo da base.

Terminais ou brotando das axilas da extremidade dos ramos, as inflorescências são panículas abertas eretas e tomentosas, medindo de 8 a 15 cm de comprimento. As flores actinomórfas são alvas, medindo em média 2,5 cm de diâmetro. Suas cinco pétalas brancas, suborbiculares a elípticas, com ápice obtuso crespo, medem 0,9 a 1,3 cm de comprimento por 0,5 a 0,8 cm de largura e possuem base ciliada. Numerosos estames, brancos ou palidamente amarelados, medindo 0,5 a 0,8 cm de comprimento, unidos e pubescentes na base, junto com os estaminódios (cerca de 0,5 cm de comprimento) formam um feixe ao redor do pistilo verde-amarelado de estilete medindo 4,2 a 8 mm de comprimento, encimado por um estigma capitado. As bractéolas do epicálice, ovadas, estreitamente oblongas a lanceoladas, às vezes caducas, medem 4 a 8 mm de comprimento por 2 a 3,5 mm de largura e possuem tricomas estrelados em ambas as faces. As sépalas oblongo-lanceoladas pubescentes de ápice agudo a acuminado medem  8 a 13 mm de comprimento por 5 a 6 mm de largura e possuem, externamente, tricomas estrelados ferrugíneos, sendo glabras na face interior. Cada flor possui um pedicelo pubescente medindo 3,5 a 8 mm de comprimento.

O fruto deiscente é uma cápsula lenhosa loculicida, pubescente e obovada, medindo 1,2 a 2,2 cm de comprimento por 0,9 a 1,5 cm de largura. Se abre em 5 valvas fundidas do centro à base.

O fruto deiscente é uma cápsula lenhosa loculicida, pubescente e obovada, medindo 1,2 a 2,2 cm de comprimento por 0,9 a 1,5 cm de largura. Se abre em 5 valvas fundidas do centro à base.

A casca fibrosa é utilizada na fabricação de cordas rústicas e, devido ao alto teor de tanino, é usada como adstringente e anti-hemorrágica, na medicina popular. Folhas e entrecasca são também popularmente usadas contra reumatismo, leucorréia, blenorragia, hemorragia e tumores. De fato, um estudo científico observou atividade tumoral do extrato foliar de L. paniculata.1 O extrato da casca demonstrou ter poder larvicida em Aedes aegypti2. Suas qualidades ornamentais a tornam uma boa opção para a arborização e recuperação de vegetação em áreas degradadas.

 

Fenologia: a florescência normalmente ocorre durante os meses de agosto a outubro e os frutos amadurecem de outubro a fevereiro.

 

Produção de mudas: Assim que colhidas, as sementes devem ser colocadas para germinar em substrato organo-arenoso a pleno sol e subsequentemente cobertas com uma fina camada do substrato peneirado. As mudas devem ser irrigadas duas vezes ao dia. A germinação pode demorar de 30 a 50 dias para ocorrer e sua taxa é baixa. Quando as mudas atingirem uma idade de 6 a 7 meses, é recomendado plantá-las em local definitivo.

 

1 ALVES, V. G. et al. Triterpenos e atividade antiproliferativa de Luehea paniculata (Tiliaceae). I Simpósio Iberoamericano de Investigação em Câncer. Campinas - SP: Unicamp, 2013.

 

BORGES, A. S. V. et al. Uso e diversidade de plantas medicinais utilizadas pela comunidade Pedra-de-fogo, União, Piauí. Belo Horizonte - MG: 64º Congresso Nacional de Botânica, 2013.

 

LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 2, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

 

MILWARD-DE-AZEVEDO, M. A & VALENTE, M. C. Tiliaceae da mata da encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e arredores, Rio de Janeiro, RJ. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.63, n.4, p.631-637, out./dez.2005. ISSN 0365-4508

 

2 MORAIS, J. M. T. S. Perfil fitoquímico e atividade larvicida de extrato etanólico de casca e entrecasca de Luehea paniculata Mart. & Zucc. (Tiliaceae). V Semana de Iniciação Científica. Juazeiro do Norte - CE: FJN, 2013. ISSN - 2316 - 2678.


TSCHÁ, M. C.; SALES, M. F.; ESTEVES, G. L. Tiliaceae Juss. no estado de Pernambuco, Brasil. Revista Hoehnea, vol. 29, nº 1. São Paulo: Instituto de Botânica, 2002. ISSN 2236-8906

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