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GUAZUMA ULMIFOLIA LAM.

Nomes populares: mutamba, envireira, chico-magro.

 

Dispersa irregularmente em quase todo o Brasil, especialmente ao longo da bacia do Paraná, esta angiosperma pioneira da família Malvaceae (antigamente Sterculiaceae) possui altura de 8 a 16 metros e tronco acanalado de 30 a 50 cm de diâmetro revestido por casca acinzentada com ritidoma escamoso usada no fabrico de cordas.

Suas folhas alternas são simples, ovaladas, menos comumente elípticas e lanceoladas, cobertas por pubescência estrelada em ambas as faces, de nervação camptódroma, medindo de 10 a 13 cm de comprimento por 4-6 cm de largura, agrupadas em duas fileiras ao longo dos ramos, com margens levemente denteadas ou crenadas.

Suas pequeninas flores tetrâmeras alvo-amareladas de 5 a 10 mm de comprimento estão dispostas em panículas axilares de pedúnculos com até 2,5 cm de comprimento. As inflorescências normalmente portam até 40 flores.

Os frutos mucilaginosos são cápsulas equinocárpicas deiscentes (abrem-se em cinco segmentos que se fendem no ápice) verrucosas globosas ou subglobosas, com polpa seca e adocicada muito apreciada por macacos e outros animais, razão pela qual é muito utilizada em reflorestamentos heterogêneos.

As sementes milimétricas são cinza-esbranquiçadas e algo piriformes.

Uma variada gama de utilizações medicinais foi documentada: comunidades tradicionais utilizam partes da mutamba para tratar disenteria, diarréia, problemas relacionados à próstata, como estimulante uterino para facilitar o parto (chá das folhas e casca). Dentre as várias atividades farmacológicas destacam-se as propriedades adstringente, depurativa, cicatrizante, anti-séptica, diaforética, anti-sifilítica, desobstruente do fígado e sudorífica. Além disso, é útilizada em loções para impedir a queda de cabelo, caspa, seborréia e outras afecções do couro cabeludo.1

 

Fenologia: a floração ocorre de fevereiro a outubro e os frutos amadurecem de junho a novembro, permanecendo os frutos por mais algum tempo na árvore. Num mesmo indivíduo e ao mesmo tempo podem ser observados flores e frutos maduros e imaturos.


Produção de mudas: a viabilidade germinativa das sementes dessa espécie em armazenamento dura mais de 90 dias. Coloque os frutos para germinação em canteiros semissombreados contanto substrato orgânio argilo-arenoso ou húmus de minhoca, cobri-los com uma fina camada do substrato peneirado e irrigar diariamente. O poder germinativo é variável e irregular, já que possui grande quantidade de sementes não viáveis, mas pode atingir até 80 %. A emergência ocorre em 7 a 14 dias, com taxa de germinação geralmente baixa. As mudas ficam prontas para o plantio a partir de quatro meses após a semeadura. O desenvolvimento das plantas no campo é bastante rápido, podendo atingir 4 metros aos 2 anos.

1GALINA, K.J.; SAKURAGUI, C.M.; ROCHA, J.C.B. Contribuição ao Estudo Farmacognóstico da mutamba (Guazuma ulmifolia - Sterculiaceae) Buenos Aires: Acta Farmaceutica Bonaerense, 2005.

 

LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 1, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

 

RAMALHO, P. E. Circular técnica 141 (Mutamba - Guazuma ulmifolia). Colombo - PR: Embrapa Florestas, 2007.

 

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