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GMELINA ARBOREA ROXB.

Nome popular: gamelina.


A área de distribuição nativa desta espécie estende-se da Malásia até o Sul da China e os Himalaias ocidentais, incluindo toda a Índia. Expressa preferência por solos férteis, úmidos e drenados e tolerância a solos ácidos, calcáreos e lateríticos. Esta árvore decídua de porte moderadamente grande apresenta um tronco relativamente reto que pode chegar a 80 cm de diâmetro (DAP). Pode atingir 30 metros de altura ou mais, mas normalmente atinge 20 m e seu tronco ramifica-se em galhos na altura de 6 a 9 m, totalizando sua copa um diâmetro médio de 4,5 m. Sua vida é relativamente curta, mas em boas condições de solo e manutenção apropriada, pode chegar a viver por 30 a 40 anos. Seu ritidoma é liso e varia de a amarelo com áreas negras e lenticelas circulares conspícuas e suberosas. A superfície interna da casca do tronco torna-se marrom rapidamente à exposição e esfolia-se em espessas escamas lenhosas.

As folhas simples e moles seguem um padrão decussado de filotaxia e são sustentadas por peciolos cilíndricos (5 a 15 cm de comprimento) pulverulentos ou glabros. Cordadas a largamente ovadas, podem medir de 10 a 25 cm de comprimento e 7 a 20 cm de largura, apicalmente acuminadas ou cordiformes, com bases truncadas a cordadas apresentado ocasionalmente uma curta atenuação cuneada, onde se insere o pecíolo. Quando jovens, suas folhas apresentam margens dentadas ou lobadas e são densamente tomentosas na face adaxial. Na maturidade, suas margens tornam-se inteiras e o limbo, glabro. A face abaxial é permanente e densamente tomentosa e com tricomas estrelados.

Numerosas flores encontram-se em panículas (8 a 40 cm de comprimento) com cimeiras contendo 1 a 3 flores. Cada flor mede 2,5 a 5 cm de diâmetro e possui brácteas linear-lanceoladas de 8 mm de comprimento. O cálice largamente campanulado, densamente tomentoso na face abaxial e medindo aproximadamente 5 mm de comprimento, apresenta 5 sépalas triangulares e denteadas. A vistosa corola gamopétala é tubular na parte inferior (densamente pubescente no exterior) e em forma de funil oblíquo na garganta. O lábio superior da corola possui duas lacínias, cuja cor varia de marrom a rosa-escuro, oblongas com ápice obtuso curvado para trás. O lábio inferior é dividido em três lacínias, as duas superiores com a mesma cor e formato das lacínias do lábio superior, porém um pouco maiores. A lacínia inferior tem geralmente o dobro do tamanho e é de cor mais clara do que a das demais lacínias e invariavelmente possui tom amarelo.

O fruto drupóide e esférico mede de 1,8 a 3 cm e, quando maduro, é brilhante e amarelo. Seu epicarpo é coriáceo e seu mesocarpo, suculento e aromático. Contém de 1 a 3 sementes estreito-ovadas, cada uma pontuda em uma das extremidades, medindo de 1,5 a 2 cm.

A polpa do fruto é comestível, consumida tanto por humanos quanto pelo gado. Na medicina tradicional (especialmente Hindu), os frutos são considerados tônicos, afrodisícos e úteis para anemia, lepra, úlceras, corrimento e doenças do coração. As folhas também servem como forragem para gado e demonstraram possuir efeitos antihelmínticos.  Na medicina tradicional, considera-se que a casca da G. arborea aumenta o apetite, combate dores abdominais, é laxante e antihelmíntica. Alguns estudos provaram que ela tem propriedades antimicrobriana, antidiabética e cardioprotetora. O óleo das sementes pode ser também uma promissora fonte de produção de biodiesel1.

 

Fenologia: na UFMT, esta árvore da família Verbenaceae encontrava-se, em junho, densamente florida, e em agosto já podia observa-se alguns frutos maduros. Não foram encontrados mais dados fenológicos na bibliografia

 

Produção de mudas: pode reproduzir-se tanto sexuada quanto assexuadamente (estaquia). Depois de coletados os frutos, a extração da polpa pode ser facilitada deixando os frutos de molho em água fria por 24 horas. Para quebrar a dormência das sementes, estas devem ficar de molho em água a temperatura ambiente por um dia, descartando as sementes que boiarem. As sementes devem ser plantadas em solo areno-argiloso. A extremidade pontuda da semente e a oposta devem estar paralelas à superfície do solo, e devem ser cobertas com uma fina camada deste. Regar duas vezes ao dia, preferencialmente. A germinação ocorre em 7 a 20 dias. Depois de 2 a 3 meses, quando estiverem com mais de 40 cm, as mudas podem ser transplantadas para o local definitivo.

 

1 BASUMATARY, S.; DEKA, D. C.; DEKA, D. C. Composition of biodiesel from Gmelina arborea seed oil. Pelagia Research Library. Advances in Applied Science Research, 3 (5):2745-2753, 2012.

 

FLORIDO, L. V. et al. Yemane: Gmelina arborea (Roxb.) Research Information Series on Ecosystems, Volume 14 No. 3, September – December 2002.

 

KIJKAR, S. Gmelina arborea Roxb. In: Tropical Tree Seed Manual. Agriculture Handbook. J. A. Vozzo, editor. 899 pp.Washington: USDA Forest Service, 721, 2002.

 

ORWA, C. et al. Agroforestree Database: a tree reference and selection guide version 4.0. Kenya, 2009. (http://www.worldagroforestry.org/af/treedb/)

 

ROHIT, K. et al. Phytochemical and pharmachological profile of Gmelina arborea: an overview. In: International Journal of Pharmacy, 3 (2), 2012.

 

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