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FICUS BENJAMINA L. 

Nomes populares: fícus, figueira.

 

Esta árvore da família Moraceae habitava, primariamente, desde o norte da Austrália, passando pelos arquipélagos indo-pacíficos até a China, ao norte e Índia, a oeste. Pode atingir até 30 m de altura. Em algumas regiões de Cuiabá, mais do que no campus da UFMT, esta espécie encontra-se disseminada em demasia, o que favorece a proliferação de pragas.1 Seu tronco grosso claro pode ultrapassar 1 m de diâmetro e sua casca é lisa, cinza-claro.

A copa densa pode chegar a 20 m de diâmetro. Os galhos longos desta espécie projetam-se transversalmente para longe do eixo caulinar e curvam-se para baixo, o que justifica o seu nome em inglês, weeping-fig (figo-chorão). Possui raízes superficiais aéreas, das quais podem brotar inúmeras raízes adventícias. Muitas variedades são cultivadas, destacando-se a com folhagem variegada (folhas mais escuras e outras mais claras). As folhas simples alternas, cuja filotaxia é subdística, possuem formato ovado, oblongo ou elíptico, medindo de 4 a 8 cm de comprimento e 2 a 4 cm de largura, com margens inteiras ou levemente onduladas. Possuem textura quase coriácea e estípulas caducas, lanceoladas, glabras ou ligeiramente pulverulentas (0.5 a 1,5 cm de comprimento). A face adaxial é de cor verde brilhante e a abaxial, discolor. Ambas as faces são glabras. O ápice é acuminado a cuspidado e a base é arredondada a cuneada. A venação, pouco visível, é peninérvia. Os pecíolos medem de 0,5 a 2 cm de comprimento e são glabros e acanalados.

Flores e fruto encontram-se encerrados num sicônio séssil, glabro, axilar, solitário ou em par, e cujo receptáculo é subgloboso, globoso, elipsóide ou um pouco piriforme, variando de amarelo a vermelho, às vezes com pontos brancos e medindo de 0,8 a 2 cm de diâmetro. São três as brácteas basais, medindo 3 a 5 mm de comprimento. O ostíolo levemente umbonado é fechado por 3 brácteas apicais diminutas, glabras ou pulverulentas e persistentes, medindo de 1,5 a 2 mm de comprimento.

Raizes e folhas têm atividade antioxidadente e a casca do tronco, atividade antibacteriana.2 Ficus benjamina é uma das árvores mais utilizadas na arborização urbana “por seu crescimento rápido e por uma estética do exotismo”3 e devido à facilidade e baixo custo da propagação por estaquias, em detrimento da integridade de calçadas e tubulações perto de onde é plantada. Seu grande porte e raízes adventícias que se espalham por até 100 metros renderam inúmeros relatos de danos financeiros consideráveis disponíveis na literatura4.  

Fenologia: a propagação da F. benjamina por sementes no Brasil é impossível, pois cada espécie do gênero Ficus necessita de uma determinada espécie de vespa da família Agaonidae, representada por vespas polinizadoras de figueiras. Da mesma forma, configurando um notável caso de coevolução, cada espécie de vespa da família Agaonidae não pode reproduzir-se sem a presença de uma determinada espécie de Ficus.

Produção de mudas: Sem possibilidade de produção de sementes, a propagação recomendada é por estaquias. Coletar ramos semilenhosos para preparar estacas caulinares com aproximadamente 10 cm de comprimento com corte em bisel na base e reto acima da última gema axilar (1 a 2 cm), mantendo duas folhas reduzidas à metade do tamanho normal. Fincar as estacas em solo organo-arenoso de modo que apenas ⅓ de seu comprimento fique para fora. O enraizamento pode demorar de 30 a 90 dias.

 

1 DA SILVA, E. G. Entomofauna associada à Ficus benjamina L. (Moraceae) no município de Cuiabá, Estado de Mato Grosso (Dissertação de Mestrado) Faculdade de Engenharia Florestal, Cuiabá: UFMT, 2010.

 

2 IMRAN, M. et al. Chemical composition and biological studies of Ficus benjamina. Chemistry Central Journal, 8:12,  2014.

 

3 DUARTE, R. H. À sombra do Fícus: cidade e natureza em Belo Horizonte. Ambiente & Sociedade, v. X, n. 2, p. 25-44. Campinas - SP: jul.-dez. 2007.

 

4 VARGAS-GARZÓN, B. & MOLINA-PRIETO, L. F. Ficus benjamina L. in the cities: high number of individuals,severe damages to infrastructure and expensive economic losses. Revista nodo Nº 13, Vol. 7, Año 7: 93-101 Julio-Diciembre 2012.

 

BORTOLINI, M. F. et al. Enraizamento de estacas de Ficus benjamina L. Scientia Agraria, v.9, n.4, p.539-543, Curitiba - PR: 2008.

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