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DIPTERYX ALATA VOGEL

Nomes populares: baru, cumbaru, coco-feijão.


Presente em vários estados de abrangência do cerrado, o baru pode atingir até 25 m de altura e sua copa pode ser alongada ou larga e medir de 6 a 11 metros de diâmetro. Não é espécie muito exigente no tocante aos nutrientes. Em Cuiabá, já foi encontrada em uma densidade de 88 indivíduos/hectare. Seu tronco pode medir de 40 a 70 cm de diâmetro e é revestido por uma casca parda, amarela a cinza-claro, com ritidoma escamoso com estrias transversais que quando cai descama irregularmente e expõe casca interna creme.

Com um pecíolo velutíneo e alado medindo de 7 a 14 cm de comprimento, as folhas são compostas pinadas (imparipinadas) espiraladas, com 6 a 13 folíolos alternos, de margem repanda, medindo de 4 a 13 cm de comprimento por 2 a 6,5 cm de largura cada, oblongos a estreito-oblongos e glabros, cartáceos, de ápice obtuso a acuminado e base obtusa a cordada, sésseis a subsésseis, com a nervura central dividindo o limbo assimetricamente. A venação é broquidódroma. Os râmulos e raque alado são velutíneos. Folhas e folíolos possuem pulvino.

As flores zigomórficas papilionadas medem aproximadamente 0,8 cm de comprimento e apresentam brácteas valvares verde-claras velutíneas, caducas antes da antese, um cálice alvo com cinco dentes (três diminutos e dois maiores, oblongos, ciliados, simulando um vexilo e com mancha carmim) e cinco pétalas de cor creme (duas pétalas com cor rosa ou roxa fundidas no vexilo suborbicular, emarginado e alas e carenas alvas e livres). A flor é hermafrodita e possui dez estames monadelfos e subiguais.

O fruto é uma drupa indeiscente ovóide a esferóide de cor creme, medindo de 1,5 a 6 cm de comprimento, levemente achatado. O endocarpo é lenhoso e mais escuro que o mesocarpo fibroso. A semente é elipsóide e castanha e mede até 3 cm de comprimento por 0,9 a 1,3 cm de largura. Salvo raros casos de poliembrionia, somente uma semente é produzida por fruto. A dispersão é baro e zoocórica.

A polpa dos frutos é aromática e muito consumida por animais silvestres (morcegos, araras, primatas, cotias etc.) e pelo gado. Pode ser utilizada no sombreamento de pastos e forrageamento pela exuberância da copa e alta palatabilidade do epicarpo e mesocarpo, respectivamente. A polpa também pode ser utilizada para fazer bolos, licores e geléias. Comunidades tradicionais goianas e sul-matogrossenses se beneficiam com a extração das sementes de baru e do seu emprego no fabrico de produtos como cajuzinho, pé-de-moleque, paçoca, panetone, barra de cereais, farinha, óleo e bombom. Os resíduos da feitura do óleo podem ser usados na fabricação de óleo caseiro. A semente é muito nutritiva e rica em lipídios, proteínas e minerais como cálcio, ferro, zinco (castanha), potássio, fósforo e magnésio (fósforo). A semente também possui um inibidor de tripsina que pode ser inativado torrando a castanha.

 

Fenologia: as plantas perdem as folhas por um breve período ao final da estação seca. A florescência pode ocorrer de outubro a fevereiro. Os frutos amadurecem de agosto a outubro, quando ocurre a sua queda e maturação fisiológica das sementes.

 

Produção de mudas: colher os frutos logo após a queda ou chacoalhando as árvores e extraindo-os com o auxílio de martelo ou foice. Logo após, semeá-los em substrato organo-argiloso a meia sombra, cobrir com 1 cm do substrato e regá-lo diariamente. A emergência ocurre em 30 a 40 dias. Foi observado que algumas mudas atingiram até 16 cm em 45 dias.

LIMA, J. C. R.; SOUZA, A. R. M.; TAKEUCHI, K. P. Caracterização física e química de baru (Dipteryx alata Vog.) da região sul do estado de Goiás. Escola de Economia e Engenharia de alimentos- UFG.

 

LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 1, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

 

NEPOMUCENO, D. L. M.G. O extrativismo de baru em Pirenópolis (GO) e sua sustentabilidade. (Dissertação de mestrado) Universidade Católica de Goiás, Mestrado em Ecologia e Produção Sustentável, 2006.

 

SANO, S. M.; RIBEIRO, J. F.; BRITO, M. A. Baru: biologia e uso. (Documentos 116). Planaltina - DF: Embrapa Cerrados, 2004.

 

SILVA JUNIOR, M.C. 100 árvores do cerrado: Guia de campo. Brasília - DF: Rede de Sementes do Cerrado, 2005.

 

TAKEMOTO, E. et al. Composição química da semente e do óleo de baru (Dipteryx alata Vog.) nativo do Município de Pirenópolis, Estado de Goiás. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 60(2):113-117, 2001.

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