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DELONIX REGIA (HOOK.) RAF. 

Nome popular: flamboyant.

 

Quase extinta em sua terra de origem, a ilha de Madagascar, o flamboyant hoje está presente em quase todas as áreas tropicais e subtropicais do mundo e desenvolve-se bem em solos calcáreos, em lugares bem iluminados e com níveis pluviométricos tanto altos quanto baixos. De suas raízes-suporte rasas eleva-se o tronco de até 60 cm de diâmetro e até 18 m de altura, havendo um espécime de 32 m em Porto Rico. O ritidoma é liso, podendo ser às vezes levemente reticulado, marrom-acinzentado. A casca interna é marrom claro. Sua copa tem um formato largo, pois seus galhos longos estendem-se quase horizontalmente, tornando o seu diâmetro maior que sua altura.

As folhas são biparipinadas, alternas, de coloração verde-clara, coriáceas, compostas por 10 a 25 pares de pinas medindo de 5 a 12 cm, cada uma portando 10-25 pares de folíolos sésseis oblongos a obtusos, medindo de 0,5 cm a 2,0 cm de comprimento por aproximadamente 0.3 cm de largura, arredondados no ápice e na base, com finos tricomas em ambos os lados. Na base do pecíolo (4 a 9,5 cm de comprimento) com pulvino existem duas estípulas compressas longas e estreitamente dentadas.

Lateralmente na extremidade dos ramos, encontram-se corimbos com flores ornamentais, predominantemente vermelhas, medindo até 15 cm de diâmetro. A corola pentâmera possui pétalas mais comumente vermelhas, às vezes amarelas, brancas ou alaranjadas, mais longas do que largas, medindo 5 a 6,5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, com margens levemente onduladas a crespas que se afunilam como garras no cálice. Uma das pétalas normalmente é maior, branca com margens vermelha e uma área amarela antes da parte afilada, com várias pintas ou faixas avermelhadas. As sépalas são menores (2,5 cm de comprimento em média), estreito-triangulares, mais grossas, com tricomas finos, verdes na face abaxial e vermelhas com margens amarelas na face adaxial e tornam-se reflexas depois da abertura da flor. Pode ocorrer a presença de até 10 estames vermelhos com anteras ricas em xantofilas, o que lhes confere a cor amarela. O pistilo tem um ovário de aproximadamente 1,3 cm de comprimento e estilete afilado de até 3 cm de comprimento.

Os frutos desta fabácea - pertencente à subfamília Caesalpinioideae - jovens, verdes e flácidos, ficam rígidos (lenhosos) e de um marrom-escuro, variando muito de tamanho (30 a 70 cm de comprimento; 5 a 7,5 cm de largura; 0,5 a 3,8 cm de espessura), com um “bico” na extremidade distal quando maduros. Internamente, muitas câmaras seminais particionadas horizontalmente portam, de modo relativamente frouxo, até 45 sementes duras, cinzentas, de até 2 cm de largura, marcadas transversalmente por uma faixa mais escura e dura na testa (rafe). Os frutos podem pender da árvore durante todo o ano. A deiscência pode ocorrer depois de seis meses.

Plantam-se flamboyants ao lado das estradas, para que suas copas cubram seu leito como arcos. Também são boas para sombreamento; no entanto, suas raízes rasas, além de causar danos às superfícies revestidas com cimento, competem com as outras plantas ao redor, devendo ser plantadas longe destas. A semente rende uma goma que pode ser usada nas indústrias têxtil e alimentícia e são usadas como contas em colares. O extrato da casca do tronco mostrou ter possível ação antimicrobiana.1 Na medicina tradicional, D. regia é usada como diurético, antihelmíntico, adstringente, e em casos de corrimento.

Fenologia: no Brasil, foi observado o início do período de floração em setembro, logo após a renovação da folhagem, podendo estender-se até o meados de fevereiro. O início da frutificação já foi observado de dezembro até o início de maio e a maturação dos frutos foi observada a partir de abril, estendendo-se por vários meses.

Produção de mudas: caso os frutos sejam colhidos ainda verdes, é necessário secá-los ao sol por até um mês e forçar a abertura das valvas. Para acelerar a quebra da dormência das sementes, é recomendado imergi-las por um minuto em água a 90° ou escarificá-las. Idealmente, solo organo-arenoso composto por terra misturada à composto orgânico proveniente de esterco processado por minhocas e irrigação diária mostraram ser fatores de sucesso na emergência das plântulas de flamboyant.2 As mudas devem permanecer em embalagens individuais por 3 a 4 meses e então plantadas no local definitivo, podendo tornar-se produtivas em 3 a 5 anos.

 

1 JAHAN, I. et al. Chemical and biological investigations of Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Acta Pharm. 60, 207–215 DOI: 10.2478/v10007-010-0018-7, 2010.

 

2  LUCENA, A. M. A. et al. Influência da natureza do substrato e da água de irrigação no crescimento de mudas do flamboyant (Delonix regia) Revista Caatinga, vol. 20, núm. 3, julio-septiembre, pp. 112-120, Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil, 2007.

 

ATAÍDE, G. M. Superação da dormência das sementes de Delonix regia (Bojer ex Hook.) Revista Árvore, Viçosa-MG, v.37, n.6, p.1145-1152, 2013.

 

BROWN, S. H. Delonix regia. Ifas Extension, Institute of Food and Agricultural Sciences,: University of Florida.

 

FIGUEIREDO, E. Fenologia reprodutiva de espécies arbóreas no Campus da Univesidade Federal Rural do Rio de Janeiro. (Monografia do Curso de Engenharia Florestal) Seropédica, Rio de Janeiro: UFFRJ, Instituto de Florestas, 2007.

 

JUNGALWALA, F. B.; CAMA, H. R.; Carotenoids in Delonix regia (Gul Mohr) Flower, in Biochem. J. (1962) 85, 1, Department of Biochemistry, Indian Institute of Science, Bangalore 12, India, 1962.

 

ORWA, C. et al. Agroforestree Database: a tree reference and selection guide version 4.0, Kenya, 2009. (http://www.worldagroforestry.org/af/treedb/)

 

PALIOTO, G. F. et al. Fenologia de Espécies Arbóreas no Campus da Universidade Estadual de Maringá (Nota Científica) Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 441-443, jul. 2007.

 

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