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COPAIFERA LANGSDORFFII (DESF.) KUNTZE

Nomes populares: copaíba, pau-de-óleo.


A área nativa da copaíba abrange territórios da Venezuela, Guianas, Paraguai, Bolívia, nordeste da Argentina e praticamente todo o Brasil, onde é encontrada da Bacia Amazônia a Santa Catarina, mais frequentemente em áreas de transição do cerrado para a floresta latifoliada semidecídua, atingindo maior porte nas matas úmidas e ciliares. Sua altura, de acordo com a fitofisionomia do lugar onde se encontra, pode variar de 2 a 40 m e o diâmetro do tronco, de 50 cm a 4 m de diâmetro. O tronco que sustenta a copa globosa e perenifólia pode ser reto ou tortuoso e o ritidoma normalmente é áspero, escamoso e marrom-escuro. Os ramos jovens são normalmente angulares e possuem estrias longitudinais, podendo ser glabros ou pubescentes.

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As folhas, cuja filotaxia é alterna espiralada, são compostas paripinadas e medem de 5 a 18 cm de comprimento, com raque normalmente variando de 6 a 11 cm de comprimento e pecíolo variando de 5 a 9 cm de comprimento. Cada folha é formada por 2 a 6 pares de folíolos (jugos) opostos a subopostos e subsésseis, com formato elíptico, oblongo ou oval. Glabros, avermelhados quando novos, medem de 1,5 a 7 cm de comprimento por 0,7 a 3,5 cm de largura. Subcoriáceos e de discreta venação cladódroma, possuem ápice cuneado a atenuado - podendo ser levemente retuso - e base arredondada a obtusa. Suas margens são inteiras e a nervura central normalmente divide o limbo em duas metades assimétricas.

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Dispostas em panículas terminais ou axilares estão aproximadamente 120 pequenas flores perfumadas brancas ou de cor creme cujo diâmetro é de, em média, 0,5 mm. Hermafroditas e apétalas, possuem cálice formado por 4 sépalas brancas ou creme, uma delas mais larga, o que caracteriza uma simetria vagamente zigomórfica. As sépalas oblongas a ovado-lanceoladas medem de 3 a 4,5 mm de comprimento por 1,3 a 3 mm de largura e seus ápices são obtusos a sub-agudos. Cada flor possui 10 estames curvos que medem de 4 a 7 mm de comprimento com anteras oblongas amarelas e pretas. O pistilo amarelado possui o mesmo comprimento, porém ereto, e seu ovário  é rosado, achatado e globuloso na base.

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O fruto é uma vagem foliculosa monosperma deiscente cujo formato varia de ovóide-compressa, elíptico-oblonga, ou suborbicular e que mede de 2,8 a 5,0 cm de comprimento por 2,5  a 3,5 cm de largura. Com o amadurecimento, o fruto torna-se marrom-claro a pardo e abre-se expondo o arilo carnoso, amarelo ou avermelhado, que cobre aproximadamente ¾ da semente.

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As sementes oblongas a elipsóides, por sua vez, são pretas e medem de 1 a 2 cm de comprimento por 0,7 a 1,3 cm de largura.

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Sem dúvida, o produto mais explorado da copaíba é a óleoresina extraída de seu cerne: é usada, pelas populações tradicionais, como material inflamável para cozinhar e, industrialmente, como componente de perfumes (fragrância e fixador), outros cosméticos (emoliente), fixador em tintas e vernizes e como biodiesel. Ao óleo da copaíba já foram creditadas propriedades estimulantes, diuréticas, laxantes, anti-inflamatórias (existem controvérsias1), antisépticas, expectorantes, antimicrobianas, analgésicas e outras: é popularmente usada no trato de úlceras, hemorragias, eczemas, hemorróidas, sinusite, bronquite e gonorréia. Além disso, apresenta ótima sombra para arborização urbana e rural e é muito apreciada pela fauna, sendo suas sementes muito dispersas por pássaros, os quais podem ser responsáveis pela quebra da dormência tegumentar2, pequenos roedores e caititus.  

 

Fenologia: a floração, na América do Sul, já foi observada de dezembro a outubro, mas ocorre mais frequentemente de outubro a junho no cerrado. A maturação dos frutos ocorre, mais comumente, de julho a outubro (julho a setembro, no cerrado).

 

Produção de mudas: As sementes devem ser colhidas assim que iniciar a deiscência dos frutos e os arilos devem ser removidos. Devem ser semeadas, a seguir, em substrato organo-arenoso a pleno sol. A irrigação deve ser diária.  A germinação pode ocorrer em 5 a 40 dias. Em 10 a 12 meses, as plântulas atingem o tamanho ideal para o plantio definitivo.

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1 VIEIRA, R. C. et al. Influência do óleo de Copaifera langsdorffii no reparo de ferida cirúrgica em presença de corpo estranho. In: Pesq. Vet. Bras. 28(8):358-366, agosto 2008

 

2 MOTTA JR., J. C. & LOMBARDI, J. A. Aves como agentes dispersores da copaíba (Copaifera langsdorffii Caesalpinaceae) em São Carlos, estado de São Paulo. In: Ararajuba. 1: 105--106, 1990.

 

FREITAS, C. V. & OLIVEIRA, P. E. Biologia reprodutiva de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae, Caesalpinioideae). In: Revista Brasil. Bot., V.25, n.3, p.311-321, set. 2002

 

DUBOC, E. & GUERRINI, E. A. Desenvolvimento Inicial e Nutrição da Copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.) em Áreas de Cerrado Degradado. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 245). Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2009.

 

LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 1, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

 

NAVIE, S. & CSURHES, S. Weed risk assessment: Diesel tree (Copaifera langsdorffii). Biosecurity Queensland. Brisbane - GLD: Department of Employment, Economic Development and Innovation, 2010.

 

PEDRONI, F.; SANCHEZ, M.; SANTOS, F. A. M. Fenologia da copaíba (Copaifera langsdorffii Desf. – Leguminosae, Caesalpinioideae) em uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. In: Revista Brasil. Bot., V.25, n.2, p.183-194, jun. 2002.

 

REIS, J. et al. Avaliação da germinação de copaíba (Copaifera langsdorffii) em diferentes tipos de substrato. Palmas - TO: Faculdade Católica do Tocantins, 2010.

 

SILVA JUNIOR, M.C. 100 árvores do cerrado: Guia de campo. Brasília - DF: Rede de Sementes do Cerrado, 2005.

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