CASSIA FISTULA L
Esta árvore exótica da Ásia tropical (Índia, Malásia, Indochina) possui altura que varia de 6 a 24 m e seu tronco cilíndrico e reto - de tonalidade cinza-pálida, tornando-se marrom-escuro e áspero com a idade - atinge até 60 cm de diâmetro e sustenta a copa globosa a oval, com ramos longos e recurvados.
As folhas alternas compostas paripinadas (23 a 44 cm de comprimento) possuem pecíolo que mede cerca de 5 cm de comprimento e 4 a 16 pares de folíolos opostos a subopostos. Os folíolos lustrosos, ovados a ovado-alongados ou por vezes lanceolados, medem de 5 a 20 cm de comprimento por 2 a 9,5 cm de largura; possuem margens inteiras, ápice agudo a cuneado, base arredondada a cuneada e peciólulo de 0,2 a 1 cm de comprimento.
As inflorescências (30 a 50 cm de comprimento) são racemos terminais pendentes sob longos pedúnculos e contendo, sob pedicelos de 3,8 a 5,7 cm de comprimento, numerosas flores (3 a 5 cm de diâmetro) zigomórficas e pentâmeras, cujas pétalas são amarelas, subiguais, obovadas, inflexas e unguiculadas. O cálice dialissépalo e pubescente mede cerca de 1 cm de comprimento e possui sépalas oblongas a obtusas. Nota-se a presença de 10 estames amarelos desiguais que medem até 1 cm de comprimento. Usualmente, três estames são curvados e sete estames são eretos. O pistilo normalmente é maior, recurvado e verde.
Os frutos são legumes cilíndrico-lineares pendentes, marrons ou pretos e lenhosos que medem de 30 a 60 cm de comprimento por 1 a 2,5 cm de diâmetro. Em seu interior, vários septos transversais delimitam os espaços ovalado-achatados que contêm cada semente. Em cada fruto podem encontrar-se de 25 a 100 sementes envoltas em uma mucilagem preta, viscosa e adocicada. As sementes marrons, lustrosas e lenticelares são largamente ovadas a elipsóides, biconvexas em secção transversal e medem de 0,7 a 1 cm de comprimento por 0,6 a 0,7 cm de largura e 0,2 a 0,5 cm de espessura.
C. fistula, além de muito utilizada na arborização urbana e paisagismo, é empregada de diversas formas na medicina popular, especialmente nos países da sua área nativa de abrangência. Popularmente, as folhas são usadas no tratamento de erisipelas, malária, reumatismo, úlcera e inflamações. De fato, efeitos antifúngico, antibacteriano, antioxidante (extrato hidro-acoólico) e anti-inflamatório (extrato aquoso) foram demonstrados em laboratório. O extrato hidro-alcoólico da casca do tronco também demonstrou atividade antioxidante.1 Na medicina popular, as flores são consideradas purgativas e os botões florais são usados para tratar constipação, febre, lepra e doenças cutâneas. Efeitos antioxidantes já foram observados em estudos envolvendo as flores de C. fistula. Popularmente, o fruto é considerado anti-inflamatório (comprovado em laboratório), antipirético, purgativo e anti-gripal. Na etnomedicina, a raíz é usada no combate a sífilis, lepra e doenças de pele. Ação antibacteriana da raiz já foi observada laboratorialmente. Além disso, um estudo identificou atividade antitumoral da semente.2
Fenologia: C. fistula pode florescer durante quase todo o ano. Seus frutos lenhosos podem pender da árvore durante a maior parte do ano.
Produção de mudas: os frutos maduros devem ser coletados das árvores ou do chão e debulhados para a extração das sementes. Quando postas na água, as sementes afundam e separam-se das impurezas, que bóiam. Posteriormente, as sementes devem ser postas para secar ao sol por algumas horas. A quebra da dormência pode ser efetuada pela imersão em água fervente por cinco minutos. A semeadura deve ocorrer em substrato argano-argiloso em canteiros a pleno sol.
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1 SIDDHURAJU, P.; MOHAN, P. S.; BECKER, K. Studies on the antioxidant activity of Indian Laburnum (Cassia fistula L.): a preliminary assessment of crude extractsfrom stem bark, leaves, flowers and fruit pulp. In: Food Chemistry 79 (2002) 61–67
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