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CARINIANA RUBRA GARDNER EX MIERS

Presente em matas de galeria e várzeas aluviais inundáveis, o jequitibá-vermelho é característico e exclusivo das matas ciliares das regiões do cerrado do Brasil Central nos estados de Mato Grosso, Tocantins, Minas Gerais e Goiás. Sua altura normalmente varia de 10 a 18 m. A copa umbelifore é sustentada por um tronco ereto e cilíndrico medindo de 50 a 80 cm de diâmetro cuja casca grossa é fissurada longitudinalmente.

As folhas simples, cujo formato varia de oblongo-ovado a elíptico, são de filotaxia alterna dística e de margens levemente crenuladas e glabras, sob pecíolo de 4 a 10 mm de comprimento. Medem 7 a 15 cm de comprimento por 3 a 7 cm de largura e possuem venação amarelada broquidódroma visível em ambas as faces e a nervura central saliente na face abaxial. O ápice é cuspidado a agudo e a base é obtusa a arredondada.

As inflorescências são panículas racemosas terminais ou subterminais cuja raque é esparsamente pubescente e cujo eixo mede de 7 a 26 cm de comprimento. As pequenas flores actinomórficas possuem seis pétalas vermelhas oblongas medindo 0,3 cm a 0,5 cm de comprimento por 1,5 a 2,5 cm de largura. O cálice é formado por sépalas acutiformes verde-amareladas de até 2 mm de comprimento.

O fruto é um pixídio lenhoso marrom de até 8 cm de comprimento por 3,5 a 5 cm de largura (na  extremidade próxima à caliptra) que contém 8 a 16 sementes marrons e aladas medindo de 3 a 5 cm de comprimento.

É  uma árvore de potencial ornamental por conta de sua bela florada vermelha, além de ser recomendada para a recuperação de matas ciliares degradadas. As sementes são apreciadas por macacos e sua casca é utilizada na cordoaria. No Mato Grosso, trabalhos etnobotânicos registraram seu uso medicinal na Baixada Cuiabana. O molho da casca é ingerido no tratamento de inflamações e hemorróidas.  A casca do tronco, na forma de decocções e infusões, também é utilizada no tratamento de inflamações de garganta  e doenças venéreas. 

 

Fenologia: Normalmente, C. rubra floresce de outubro a janeiro. No entanto, pode ocorrer mais de uma florada ao ano. Os frutos amadurecem de julho a agosto.

Produção de mudas: Assim que colhidas, as sementes devem ser semeadas em substrato organo-arenoso a pleno sol. Em seguida, cobrir com uma fina camada do substrato. A emergência ocorre em 10 a 20 dias. Depois de 6 a 7 meses, as mudas devem ser plantadas no local definitivo.

 

CORETTE-PASA, M. Abordagem etnobotânica na comunidade de Conceição-Açu. Mato Grosso, Brasil. In: Polibotánica,nº 31, pp- 169-197. México: ENCB, 2011.

 

CORETTE-PASA, M. & GUARIM NETO, G. Matas de galeria e os recursos vegatais: um estudo etnoecológico no Vale do Aricá, Mato Grosso. Corumbá - MS: III Simpósio sobre recursos naturais e sócio-econômicos do Pantanal, 2010.

 

LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil, vol. 2, 5ª edição. Nova Odessa - SP: Instituto Plantarum, 2008.

 

SANTOS, E. N. et al. Anti-inflammatory, antinociceptive, and antipyretic effects of methanol extract of Cariniana rubra stem bark in animal models. In: Anais da Academia Brasileira de Ciências, vol. 83, nº 2, pp. 557-566. Rio de Janeiro: ABC, 2011.

 

SILVA, J. S. & GUARIM NETO, G. O uso de recursos vegetais com fins medicinais por moradores de bairros da zona oeste de Cuiabá - MT, Brasil. Revista de Ciências Agro-Ambientais, Alta Floresta-MT, v.10, n.1, p.9 - 22, 2012.

 

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