ALBIZIA NIOPOIDES (SPRUCE EX BENTH.) BURKART
Nomes populares: farinha-seca, angico-branco.
Dispersa descontínua e naturalmente na América Central e do Sul, do México à Argentina, e, no Brasil, do Amazonas ao Paraná, pode medir de 8 a 35 m de altura. O tronco, de casca lisa distintamente amarelada, com ritidoma lenticelado pulverulento de textura arenosa, pode atingir de 40 a 80 cm de diâmetro.
Sobre pecíolo de 2 a 3,4 cm, as folhas alternas espiraladas compostas bipinadas (paripinadas) medem de 8 a 28 cm de comprimento, com 5 a 14 jugas cujas pinas medem, por sua vez, de 4 a 10 cm de comprimento. Cada pina possui de 20 a 60 pares de folíolulos (1 a 1,5 cm de comprimento por cerca de 0,1 cm de largura) lineares a estreito-oblongos, sésseis ou subssésseis, glabros a glabrescentes, de face adaxial verde-lustrosa e abaxial mais clara e finamente pilosa, base oblíqua e ápice obtuso ou agudo.
Em panículas de glomérulos (cerca de 0,5 a 1 cm de diâmetro) terminais e axilares encontram-se as flores (cerca de 0,5 cm de comprimento) pentâmeras, hermafroditas, sinsépalas e sinpétalas, diclamídias, de cor branca ou creme, sésseis, com muitos estames soldados no tubo estaminal. O cálice (cerca de 0,1 cm de comprimento) é tubular e distalmente dentado e a corola (0,2 a 0,3 cm de comprimento) é infundibuliforme.
Os frutos (5 a 16 cm de comprimento por 1 a 2,5 cm de largura) são legumes achatados, deiscentes e pardacentos, glabrescentes, de epicarpo papiráceo na maturidade e margens tomentosas e proeminentes. O mesocarpo é inconspícuo; o endocarpo é esbranquiçado e levemente septado entre as sementes, as quais se encontram dispostas transversalmente em número de 5 a 13 em cada fruto.
As sementes (0,5 a 0,6 cm de comprimento) são duras, ovadas a oblongas, lateralmente compressas. A testa é espessa, brilhante e óssea, de cor creme ou marrom-clara, dotada de pleurograma.
A. niopoides, por sua elegância, pode ser utilizada na arborização de grandes jardins e praças. Contém nódulos fixadores de nitrogênio na raiz, o que a torna excelente candidata à recuperação de áreas degradadas, consorciada com outras espécies nativas. As folhas possuem alto conteúdo de proteína e podem ser usadas como forragem. Popularmente, suas raízes são utilizadas para curar contusões e anginas e a casca do tronco cozida é usada para curar picadas de escorpião.
Fenologia: Pode florescer de fevereiro a novembro e frutificar de maio a dezembro.
Produção de mudas: As sementes devem ser colhidas, preferencialmente antes da deiscência, chacoalhando os galhos ou coletando-os manualmente da árvore, e em seguida os frutos devem ser expostos ao sol para a abertura das valvas e liberação das sementes. Para a quebra da dormência, as sementes podem ser manualmente escarificadas ou postas de molho na água fria ou morna por algumas horas. Devem ser postas para germinar em substrato organo-arenoso à semissombra e irrigadas diariamente. A emergência ocorre em 6 a 15 dias e taxa de germinação pode ultrapassar 75% com superação da dormência.
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